Powered By Blogger

sábado, 31 de agosto de 2013

Estudo sugere que enxaqueca pode alterar o cérebro permanentemente


Dor de cabeça (Foto: beermug/Stock.Xchng) 
A enxaqueca pode alterar estruturas cerebrais,
propõe a nova análise publicada ana 'Neurology'
(Foto: beermug/Stock.Xchng)
 

Pesquisa indica que ela aumenta o risco de lesão cerebral.
Artigo da revista 'Neurology' analisa um conjunto de 19 estudos.


A enxaqueca pode gerar modificações duradouras e permanentes nas estruturas cerebrais, como lesões, segundo uma análise de quase vinte capítulos publicada na revista americana "Neurology".
"Tradicionalmente, a enxaqueca é considerada um problema leve, sem efeitos duradouros no cérebro", afirmou o doutor Messoud Ashina, da Universidade de Copenhague, principal autor desta pesquisa.

"Nossa meta-análise nos leva a crer que a enxaqueca poderia, de fato, alterar de forma permanente as estruturas do cérebro de múltiplas formas", explicou.

Os cientistas constataram que a enxaqueca aumenta o risco de lesão cerebral, de anomalias na substância branca e alteração do volume do cérebro de forma comparativa às pessoas que sofrem de cefaleia. Além disso, este risco é maior nas pessoas que sofrem de enxaqueca com aura.
Para esta pesquisa, os cientistas analisaram 19 estudos, 13 deles clínicos, onde os participantes se submeteram a uma prova de imagem de ressonância magnética do cérebro.

Os estudos mostraram um aumento de 68% do risco de lesões da substância branca do cérebro nas pessoas que sofrem de enxaqueca e 34% naquelas com enxaqueca sem aura com relação aos indivíduos que sofrem cefaleia.

O risco de anomalias cerebrais aumenta 44% nos doentes que sofrem enxaqueca com aura comparativamente aos que sofrem da modalidade sem aura.

Esta meta-análise mostra igualmente que a mudança no volume do cérebro é mais frequente nas pessoas com enxaqueca com ou sem aura que naquelas que não sofrem desta patologia.

"A enxaqueca afeta de 10% a 15% da população geral e pode ser muito debilitante", afirmou Ashina.
"Esperamos que outros cientistas poderão esclarecer o vínculo entre as mudanças estruturais do cérebro e a frequência e duração da enxaqueca assim como os efeitos destas lesões cerebrais nas funções mentais", acrescentou.

Fonte: AFP

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Bloqueio da dor inflamatória

Os cientistas brasileiros da Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto descobriram que uma proteína, a fractalcina, está envolvida na indução das dores crônicas de origem inflamatória. O estudo sugere que o bloqueio periférico dos receptores dessa proteína é o alvo potencial para o controle desses tipos de dores.
Um artigo sobre a pesquisa foi publicado em junho na revista Proceedings of the National Academy of Science. Os autores são os professores Sérgio Henrique Ferreira e Thiago Mattar Cunha, o pós-doutor Guilherme Rabelo de Souza e o pós-graduando Jhimmy Talbot, todos do Departamento de Farmacologia da FMRP.
Para quem deseja ler mais sobre dor, o pessoal do departamento de Farmacologia da FMRP-USP mantém um um excelente site, o DOL - Dor on Line  que já comentei aqui no blog. Agora eles estão com uma página no facebook também!
Sem tempo de mais comentários, deixo vocês com a reportagem da Agência Fapesp:
Uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP) pode ajudar na elaboração de medicamentos para o controle de dores inflamatórias, como as que acompanham a artrite reumatoide.
Segundo a FMRP-USP, os cientistas descobriram que uma proteína, a fractalcina, está envolvida na indução das dores crônicas de origem inflamatória. O estudo sugere que o bloqueio periférico dos receptores dessa proteína é o alvo potencial para o controle desses tipos de dores.
Um artigo sobre a pesquisa foi publicado em junho na revista Proceedings of the National Academy of Science. Os autores são os professores Sérgio Henrique Ferreira e Thiago Mattar Cunha, o pós-doutor Guilherme Rabelo de Souza e o pós-graduando Jhimmy Talbot, todos do Departamento de Farmacologia da FMRP.
De acordo com Cunha, pela primeira vez conseguiu-se demonstrar a existência de um tipo celular que participa do processo de indução e manutenção da dor: são as chamadas células satélites.
Encontradas exclusivamente nos gânglios raízes dorsais, as células satélites envolvem os neurônios que carregam a dor e têm sua ativação mediada por uma proteína, a fractalcina. Essa proteína já havia sido descrita em processos dolorosos, mas nenhum estudo a tinha associado com a ativação da célula satélite.
“Se conseguirmos desenvolver um medicamento que bloqueie esse processo, podemos diminuir a dor. Sabemos que há indústrias farmacêuticas tentando desenvolver substâncias para bloquear o efeito dessa proteína. Talvez essas drogas possam servir como novos analgésicos contra dores inflamatórias”, disse Cunha.
A doença mais prevalente entre as doenças inflamatórias e que tem como principal sintoma a dor é a artrite reumatoide. No entanto, Cunha lembra que a pesquisa pode contribuir para, num futuro próximo, amenizar dores de pessoas que sofrem com osteoartrite, gota, doenças reumáticas em geral, além de traumas cirúrgicos e torções.
O artigo Fractalkine mediates inflammatory pain through activation of satellite glial cells(doi:10.1073/pnas.1307445110), de Guilherme Souza e outros, pode ser lido por assinantes da PNASem www.pnas.org/content/110/27/11193.abstract.

Fonte:  Blog julianadentista