Fisioterapia e Dor Orofacial
Anatomicamente podemos seguir a seguinte divisão relacionadas a Dor Orofacial
REGIÃO CRÂNIO-CERVICAL -
todas as estruturas anatômicas que se encontram entre occipital e C3
(músculos cervicais, articulações, ligamentos)
REGIÃO CRÂNIO-FACIAL- todas as estruturas anatômicas e funcionais do crânio, exceto para a ATM (vasos, olhos, ossos crânio)
REGIÃO CRÂNIO-MANDIBULAR
- todas as estruturas que estão anatomicamente e funcionalmente ligados
à ATM (disco, zona bilaminar, etc)
O papel do tratamento Fisioterapêutico que
aborda as regiões facial, mandibular, intra-oral, cefálica, cervical e
dorsal, além da cintura escapular. Em linhas gerais, a Fisioterapia pode
tratar as patologias articulares, dores e disfunções musculares,
alterações funcionais, posturais, neurológicas e circulatórias que
afetam estas regiões, além de melhorar as condições do tecido
cicatricial.
Restabelece as funções dos sistemas craniovertebral e craniomandibular
Entre
causas de Dor orofacial, temos entre as principal senão a principal a
DTMs, causadas por: dor miofascial, deslocamentos do disco articular da
atm e alterações degenerativas da ATM.
Os
objetivos do tratamento fisioterapêutico para dor miofascial são: a
identificação dos trigger points, sua inativação, e o retorno à função
normal sem dor.
O paciente deve ser instruído sobre possíveis complicações futuras e orientado a diminuir a sobrecarga na região de ATM.
As alterações degenerativas da ATM podem apresentar-se com ou sem dor. A preocupação é melhorar a condição articular, diminuindo a pressão intra-articular e permitindo o retorno à função mandibular normal.
O
tratamento da dor orofacial começa com um conhecimento minucioso da
queixa de dor do paciente. Somente com esta condição pode ser feito um
diagnóstico correto e selecionar o tratamento. Deve ser realizada uma
anamnese completa, exames complementares e exames radiográficos
apropriados, testes de diagnóstico diferencial. O paciente deve
descrever detalhadamente os sintomas e é realizada palpação da face e
mandíbula (articulação e músculos da mastigação) para definir os locais
de dor ou hipersensibilidade, ausculta dos ruídos articulares e observar
a limitação ou travamento do movimento de abertura e fechamento da
boca.
Diagnóstico diferencial
· Transtornos de cefaléia primaria (transtornos neurovasculares): enxaqueca, variantes da enxaqueca, cefaléias em salvas, hemicrânia paroxística, cefaléia tipo tensão.
· Desordens de dor neurogênica : são condições dolorosas que têm origem em estruturas neurogênicas, como nevralgias do trigêmeo, glossofaríngeo, nervo intermédio. Como as estruturas somáticas não estão afetadas, o exame falha em revelar qualquer causa obvia ou condição patológica, isto pode impor dificuldades no diagnostico. A dor geralmente é descrita como uma dor persistente, progressiva e com sensação de queimação. Os pacientes com freqüência relatam sensações anormais (disestesia) que são exacerbadas pelo movimento ou toque.
· Desordens de dor intra- oral: a dor intra- oral é a fonte mais comum de dor orofacial, estas incluem desordens de polpa dentaria, periodonto, tecidos mucogengivais e língua. Muitas destas desordens só são tratadas pelo cirurgião- dentista.
· Desordens temporomandibulares: desordens temporomandibulares (DTM) é um termo coletivo que inclui vários problemas clínicos envolvendo os músculos da mastigação ou ATM. As desordens temporomandibulares foram identificadas como a principal causa de dor não- dental e são consideradas como uma classificação das desordens musculoesqueleticas.
· Desordens de dor de estruturas associadas que podem produzir dor orofacial: varias estruturas como orelhas, olhos, nariz, seios paranasais, garganta, linfonodos, glândulas salivares e pescoço podem ser responsáveis pela dor orofacial. Muitas destas estruturas produzem dores heterotópicas manifestadas nas estruturas orofaciais, podendo ser confundidas com dor de dente ou DTM.
· Fatores psicossocias: há muitos fatores psicossocias que contribuem para a experiência de dor do paciente. Fatores de stress podem aumentar a tensão, insegurança e disforia, causando por sua vez o aumento das atividades do sistema mastigatório através de comportamentos parafuncionais não usuais. A depressão, ansiedade e sentimentos negativos prolongados são comuns entre pacientes com dor crônica e podem tornar a dor persistente mais difícil de tolerar ou de tratar. Deve ser enfatizado que os transtornos mentais e orofaciais não são condições mutuamente exclusivas. Indivíduos com distúrbios psiquiátricos podem ter desordens orofaciais dolorosas verdadeiras, e inversamente, a falta de achados orgânicos claros em pacientes com sintomas persistentes de dor orofacial é insuficiente para sugerir origem psicogênica para essas queixas.
O tratamento da dor orofacial começa com um conhecimento minucioso da queixa de dor do paciente. Somente com esta condição pode ser feito um diagnóstico correto para selecionar o tratamento.
O tratamento visa reestabelecer a
estrutura afetada quando detectada, uso de medicamentos analgésicos
específicos para os diferentes tipos de dores, terapias comportamentais,
fisioterapia, cirurgias e, atualmente, alguns procedimentos minimamente
invasivos que bloqueiam a condução do estímulo doloroso.
O Tratamento fisioterapêutico tem como objetivo:
. Minimizar a sintomatologia dolorosa;
. Restaurar a função muscular;
. Melhorar a amplitude de movimento;
. Redução de tensões musculares exacerbadas e pontos gatilhos;
. Melhorar a postura, sobretudo de cabeça e coluna cervical;
. Reduzir a carga na articulação temporomandibular, evitando a necessidade de cirurgias articulares
Técnicas utilizadas:
• Exame da ATM e Postura Coporal
• Relaxamento Muscular Endobucal (Masséter, Pterigóideos Medial e Lateral, Temporal);
• Relaxamento Muscular cervico-cranio-mandibulares (Trapézio, Escalenos, Esternocleidomastoideo, Infra-hioideos, Supra-hioideos entre outros)
• Liberação articular da cervical alta e baixa com mobilizações
• Liberação articular da ATM com mobilizações
Inibição Muscular Reflexa
Osteopatia, Mulligan
Terapia Neural
Dry Needling
Dr. Antonio Viana C Junior (Fisioterapeuta)
Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopedica
Osteopatia, Quiropraxia
Tratamento de Disfuncoes da ATM e Pos-Operatorio de Cirurgias Ortognaticas