A ATM é uma articulação que bastante
utilizada pelo corpo. Interfere e sofre interferência de forças das
cadeias musculoesqueléticas. Sendo assim, alterações de posicionamento
mandibular, não só alteram a oclusão dental, como também o próprio
funcionamento desta articulação, altera a relação do equilíbrio
articular do crânio na cervical, além do equilíbrio muscular dos grupos
anterior e posterior. Um indivíduo pode ter o aumento ou a diminuição
das curvaturas da coluna por influência desse mau posicionamento da
mandíbula
Para De Wijer (1996) a disfunção
muscular e articular da região cervical pode ser uma das causas de dor
na região orofacial, haja vista a relação entre a região cervical e a
ATM. Tais alterações ocorrem, provavelmente, pois a região cervical e
ATM estão interligadas por diversas estruturas, como: muscular, nervoso e
postural
A relação postural entre a ATM e a cervical é demonstrada em alguns trabalhos.
Gonzalez (1996) relata que é comum observar hiperextensão da cervical
alta (occipital, C1 e C2) e flexão da cervical baixa (C3 a C7) em
pacientes com DTM. Bevilaqua-Grossi (2004) afirma que esta alteração
mostrada por Gonzalez (1996) produz uma elevação e uma força na direção
da retrusão da bmandíbula, resultando em diminuição do espaço posterior
da ATM
O sistema muscular une a região cervical
à ATM, pois observa-se que os músculos supra-hióideos e infra-hióideos
participam da mobilidade tanto da mandíbula quanto da coluna cervical
(MOORE, 2007). Os músculos supra-hióideos, quando contraem, com o osso
hióide estabilizado pelos músculos infra-hióideos, realizam o
abaixamento da mandíbula, porém, se sua contração ocorrer com os
músculos que mantém a mandíbula elevada (masseter, temporal e pterigóide
medial) contraídos, realizam flexão da coluna cervical (CRUZ; RIZZOLO;
MADEIRA, 2004).
A manipulação cervical tem como
principal efeito restabelecer a mecânica normal do segmento manipulado e
romper o arco reflexo nociceptivo que se instala numa restrição de
movimento e que uma disfunção na região cervical alta pode alterar a
biomecânica e a inervação da ATM
O conjunto C0, C1 e C2 (occipital, atlas
e axis - OAA) é de extrema importância para o equilíbrio mandibular
não só pelas forças vetoriais, pelas adaptações ósseas e articulares do
osso temporal, mas também por toda inervação e vascularização da
região lateral da cabeça. Alterações de posicionamento e funcionamento
desta área, altera a posição do osso temporal que possui a fossa
articular que articula-se com a mandíbula.
A postura de cada indivíduo é
determinada por cadeias musculares, fáscias, ligamentos e estruturas
ósseas, que são interdependentes e abrangem todo o organismo
Cada vez que um músculo se encurta, ele
aproxima suas extremidades e deslocam os ossos sobre os quais ele se
insere, assim, as articulações se bloqueiam e o corpo se deforma.
Portanto, todos os outros músculos que se inserem sobre esse osso, serão
alterados pelo deslocamento que se propagará sobre outros ossos e
músculos, e assim sucessivamente. Diversos estudos têm demonstrado que
pacientes com DCM possuem alterações na posição da cabeça e ombros, bem
como aumento ou retificação da lordose cervical
Alguns trabalhos afirmam que ao realizar
a anteriorização da cabeça, o olhar passa a ficar baixo e na tentativa
de nivelar este olhar tornando-o funcional, ocorre o aumento da lordose
cervical, refletindo na musculatura da mastigação (Burgess JA, Sommers).
Outros autores explicam que sendo os músculos da mastigação sinérgicos
aos da cervical, um desequilíbrio entre eles, causa forças retrusivas na
mandíbula, alterando o seu posicionamento de repouso e levando a
hiperatividade muscular
As técnicas de terapias manuais são
amplamente utilizadas para o tratamento nas disfunções
musculoesqueléticas e tem obtido efeitos fantásticos no tratamento das
disfunções crâniomandibulares.
Estão entre os benefícios gerais das
técnicas de terapia manual: melhora da distribuição do liquido sinovial;
melhora da nutrição da fibrocartilagem da superfície articular da ATM;
correção de falhas posicionais dos côndilos; melhora das debilidades
musculares dos grupamentos envolvidos na dinâmica da ATM; relaxamento
muscular; controle do quadro álgico; ganho do arco de movimento
(BARBOSA, et al., 2009).
Técnicas Osteopáticas, Mulligan, Terapia
de Liberação Posicional, Manobras Intra e Extra Orais fazem parte do
arsenal que dispõe o Fisioterapeuta no tratamento das Disfunções
Crâniomandibulares. Sua utilização não deve somente ser focal, isto é,
somente na ATM, devem ser aplicadas também a região cervical e cintura
escapular, regiões afetadas por estas disfunções e vice-versa.
A Terapia Manual como recurso
fisioterapêutico tem mostrado progressivo aumento de evidências de
resultados positivos especialmente em relação à coluna vertebral. Seu
emprego nos DMT´s alcança um universo amplo que envolve a inibição
muscular, inativação de pontos gatilho, exploração das fáscias e
aponeuroses, de forma a agir não apenas como recurso analgésico, mas
também melhorando a função e contribuindo para harmonia das estruturas
do aparelho mastigatório.
DR ANTONIO VIANA C JUNIOR (FISIOTERAPEUTA)
Tratamento de Disfunções da ATM
Pós-Operatório de Cirurgias Ortognáticas
Dores da Coluna Vertebral
(85) 8845-9623/ 9955-7355
vianajunior@antonioviana.com.br
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