
A coluna vertebral é uma série de ossos
individuais, chamados vértebras que, ao serem articulados, constituem o
eixo central esquelético do corpo. A coluna cervical é composta por 7
vertebras e entre cada uma delas um disco intervertebral. sendo a
primeira vertebra cervical chamada de Atlas, e a segunda de Áxis, pois
ambas apresentas características peculiares em relação as outras
vertebras cervicais.
Segundo Bienfait (2000), a coluna
cervical tem anatomia e fisiologia diferentes da lombar e dorsal.
Funcionalmente apresenta necessidades especiais que determinam anatomia e
fisiologia. A posição da cabeça coordena todo o nosso equilíbrio.
Dentre as principais funções estáticas
pode-se destacar a manutenção vertical e a horizontalidade do olhar. A
manutenção da verticalidade da cabeça é controlada pelo sistema
labiriíntico-vestibular e o circuito reflexo óculo-cefalo-podálico.
A fisiologia cervical tem, assim, 2
funções: equilibrar a cabeça para proteger sua verticalidade e realizar
movimentos com a cabeça para dirigir a visão. A coluna cervical
adapta-se à verticalidade e aos movimentos da cabeça em um sistema
descendente e todos os movimentos da cervical originam ou acompanham
movimentos do tronco. Isto tudo faz com que a cervical seja o
compartimento mais móvel da coluna vertebral.
A coluna cervical superior é constituída
por 2 sistemas articulares: a articulação occipito-atloidiana (C0-C1) e
a articulação atlas-áxis (C1-C2). Cada articulação tem um movimento
principal: flexão e extensão para a articulação superior e rotação para a
articulação inferior
Esta grande amplitude de movimento da
coluna cervical, se adequa às exigências funcionais do cotidiano, e em
função de uso intenso, via de regra, este compartimento apresenta fortes
dores inclusive com irradiação para MMSS e cabeça
As cervicalgias são
comuns em diversas faixas etárias de ambos os sexos, possuindo elevada
predominância nas síndromes dolorosas corporais, sendo a segunda maior
causa de dor na coluna vertebral, perdendo apenas para a dor lombar. A
cervicalgia acomete um número considerável de indivíduos, com média de
12% a 34% da população adulta em alguma fase da vida, com maior
incidência no sexo feminino, trazendo prejuízos nas suas atividades de
vida diária.
A cervicalgia (dor cervical) costuma ser
insidiosa, sem causa aparente. Raramente tem início abrupto, geralmente
associam-se com posições viciosas, movimentos exacerbados, longos
períodos em posições de tensionamento ou estiramento muscular e até
mesmo alterações da ATM (articulação têmporo-mandibular).
A cervicobraquialgia caracteriza-se por
dor cervical com irradiação para membro superior, normalmente devido à
compressão da raiz nervosa proveniente da região cervical sub-axial.
Trabalhos que envolvam movimentos repetitivos de membros superiores e
flexão da coluna cervical estão relacionados à dor cervical
O quadro clínico compõem-se da região
cervical dolorida, limitação dos movimentos, cervicobraquialgia e
diminuição da força dos membros superiores
Sinais e sintomas das radiculopatias cervicais | ||
Disco | Raiz | Sinais e sintomas |
C2 -C3 | C3 | Dor: região cervical posterior, mastóide Alt. sensoriais: região cervical posterior, mastóide Déficit motor: nenhum detectável pela ENMG Alt. reflexos: nenhum |
C3 - C4 | C4 | Dor: região cervical posterior, elevador escápula Alt. sensoriais: cervical posterior, elevador escápula Déficit motor: nenhum detectável pela ENMG Alt. reflexos: nenhum |
C4 - C5 | C5 | Dor: pescoço, ombro, face anterior do braço Alt. sensoriais: área do deltóide Déficit motor: deltóide, bíceps Alt. reflexos: bicipital |
C5 - C6 | C6 | Dor: pescoço, ombro, escápula (medial), braço (lateral) antebraço Alt. sensoriais: polegar e indicador Déficit motor: bíceps Alt. reflexos: bicipital |
C6 - C7 | C7 | Dor: pescoço, ombro, escápula (medial), braço (lateral)face dorsal anterior Alt. sensoriais: indicador, III e IV dedos Déficit motor: tríceps Alt. reflexos: tricipital |
C7 - T1 | C8 | Dor: pescoço, escápula (medial), braço (medial) antebraço Alt. sensoriais: IV e V dedos Déficit motor: musculatura intrínseca da mão Alt. reflexos: nenhum |
DIAGNÓSTICO
O
diagnóstico depende da história antecedentes pessoais e familiares,
exame clínico, e a seguir segundo o raciocínio médico, são solicitados
exames subsidiários.
EXAMES COMPLEMENTARES
RX Simples
Está indicado para indivíduos com mais de 50 anos, com manifestações neurológicas, suspeita de doença tumoral, histórias de crise repetidas ou falhas do tratamento clínico. As posições a serem solicitadas são: frente, perfil (neutra, flexão, extensão), oblíquas esquerda/direita.
Podem ser observadas reduções do espaço discal e osteófitos (šbicos de papagaioš) na margem vertebral, especialmente na região anterior. A invasão de osteófitos no forâmen intervertebral é melhor demonstrada nas projeções oblíquas.
Tomografia Computadorizada
Está indicada no estudo de traumatismos e doenças ósseas. É útil para medida do canal vertebral e o forame de conjugação.
Ressonância Magnética
Opção preferencial para detecção de patologias de partes moles tais como hérnia de disco e tumores.
Cintilografia Óssea
Exame em que uma pequena quantidade de material radioativo é injetada no sistema sanguíneo chegando aos ossos sendo detectada por um ?scanner?. É útil para a pesquisa de metástases ósseas (pulmão, mama, próstata, tireóide, rim) e nas infecções e inflamações do disco (discite).
Exames laboratoriais
Velocidade de hemossedimentação e a proteína C reativa (PCR) estão elevadas em processos inflamatórios, infecciosos e neoplásicos.
Eletroneuromiografia
Esse teste avalia os nervos e as funções musculares. É útil quando a clínica e a imagem não permitem localização do nível da compressão e também para o diagnóstico diferencial com a síndrome do túnel do carpo, na diferenciação entre processos do sistema nervoso periférico e central.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
O diagnóstico diferencial deve ser realizado com síndrome do
desfiladeiro ( síndrome compressiva neuro-vascular do plexo braquial),
Pancoast (câncer do ápice do pulmão), síndrome do túnel do carpo
(síndrome compressiva do nervo mediano no punho) e a periartrite do
ombro (processo inflamatório inespecífico do ombro).
ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO
É notória e cade vez mais necessária a
intervenção do fisioterapeuta nas disfunções ósteomioarticulares e
ligamentares, dentre elas as que causam as cervicalgias. Importante uma
criteriosa avaliação para evitar tão somente o tratamento do quadro
álgico, e verificação da causa primária que o vem perpetuando.
Importante analisar ocupação do paciente, pois uma sobrecarga postural e
músculoesquelética pode cronificar o distúrbio. Se possível solicitar e
orientar mudanças ergonômicas em seu ambiente de trabalho.
Observar restrições fasciais,
principalmente em toda a coluna vertebral e região de cinturas
escapulares, bem como uma avaliação dos desequilíbrios posturais
apresentados pelo paciente.
Traçar seu plano de tratamento, elegendo os recursos eletrotermofototerapeuticos adequados a cada situação.
Inúmeras técnicas manuais podem ser
utilizadas como: Osteopatia, Mulligan, Maitland, Terapia de Liberação
Posicional, entre outras, podem restituir a mobilidade das estruturas
cervicais, eliminando as contraturas, trigger points, disfunções de
vértebras, etc.
Mobilidade dos tecidos moles através de técnicas de liberação fascial são extremamente importantes.
Tratado o quadro álgico e eliminando sua
causa primária, o paciente pode entrar na fase de reequilíbrio postural,
escolhendo o método que melhor lhe agradar (RPG, Pilates,
Alongamentos).
Dr. ANTONIO VIANA DE CARVALHO JÚNIOR
(Fisioterapeuta)
Tratamento de Disfunções Ósteomioarticulares
Dores da Coluna Vertebral
Disfunções da ATM
P.O Cirurgias Ortognáticas
(85) 8845-9623/9955-7355
vianajunior@antonioviana.com.br
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