A disfunção temporomandibular (DTM) é um
termo utilizado para reunir um grupo de doenças que acomete os músculos
mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas
adjacentes. Essa disfunção é altamente debilitante e altera a realização
de algumas funções essenciais como mastigar e falar. Sua incidência na
população vem aumentando consideravelmente, principalmente entre as
mulheres de meia idade, que representam 80% dos pacientes.
A ATM é um dos componentes do sistema estomatognático e
apresenta ligação articulada da mandíbula com a base do crânio. Este por
sua vez, apresenta conexões musculares e ligamentares com a região
cervical que juntos formam um sistema funcional denominado sistema
crânio-cervico-mandibular.
Devido à íntima relação existente entre os músculos da
cabeça e região cervical com o sistema estomatognático, surge a
discussão quanto as origens da DTM. Seria essa de afecção das estruturas
adjacentes, como os músculos cervicais que desencadeiam processos
deletérios na ATM, ou a DTM causadora de lesões e compensações em outras
estruturas?
Estudos analisaram a relação crânio-coluna cervical,
nota-se que a maior parte do peso do crânio, seu centro de gravidade,
passa na região anterior da coluna cervical e nas ATM’s. Sendo assim,
sua posição ortostática é mantida por um complexo mecanismo muscular
envolvendo músculos da cabeça, pescoço e cintura escapular. Devido a
estas íntimas relações, qualquer alteração em uma destas estruturas
poderá levar a um desequilíbrio postural, não somente nestes locais,
como também nas demais cadeias musculares do organismo. Assim,
alterações posturais da cabeça podem levar a um processo de desvantagem
biomecânica da ATM, favorecendo a um quadro de DTM.
Entretanto, diversos estudos têm demonstrado, por sua vez,
que pacientes com DTM possuem alterações na posição da cabeça e ombros,
bem como aumento da lordose cervical. Esses desvios no posicionamento da
cabeça e ombros podem ocorrer como consequência de diferentes
alterações, como distúrbios crânio-mandibulares. Distúrbios do aparelho
estomatognático, como a hiperatividade muscular por exemplo, levam a
anteriorização cervico-escapular. A atividade aumentada da musculatura
mastigatória interfere nos músculos chamados de contra apoio
(esternocleidomastoideo e trapézio) levando ao encurtamento dos músculos
posteriores do pescoço e alongamento dos anteriores, acarretando em uma
projeção anterior do corpo, que ultrapassa o quadrilátero de
sustentação. Essas atividades mastigatórias foram verificadas por
alterarem o sinal eletromiográfico dos músculos cervicais.
Simultaneamente, como já descrito, a posição anterior da cabeça irá
distúrbios de posicionamento e funcionamento mandibular, levando a uma
crescente tensão na musculatura mastigatória e, consequentemente, DTM.
Dessa forma, se mantêm a dúvida. Sabe-se que um
comprometimento leva a outro e vice-versa, demonstrando a grande
globalidade do corpo humano, havendo grande interação entre suas
estruturas. À partir daí selecionar o início das lesões é complexo e
exige estudos determinando as ações musculares das diversas estruturas e
suas relações, bem como a interação dos movimentos articulares entre si
e a musculatura. Até lá, temos a consciência de prevenir a ampliação de
um quadro de lesão, reabilitando não somente as estruturas acometidas,
mas, também, prevenindo a disfunção para as demais localidades.
Fonte: http://fisioterapiamanual.com.br/blog/artigos/dtm-dor-cervical-quem-vem-primeiro/?fb_action_ids=747544695259642&fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline&action_object_map=[772757912741067]&action_type_map=[%22og.recommends%22]&action_ref_map=[]
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